A Ancestral Vibração do Linho

Exposição de coleção de postais visuais e sonoros sobre o ciclo do linho
Inauguração, 28 de agosto, 15h00
Museu do linho de Várzea de Calde

(Junta de Freguesia de Calde, Município de Viseu)

Até há meio século atrás, não existia aldeia beirã onde não fosse cultivado o linho. O cultivo do linho respondia às necessidades ancestrais de abrigo, proteção e conforto do corpo (roupas de vestir ou de cama), sendo que o mesmo existia, tal como acontecia com as restantes produções agrícolas e pecuárias, no contexto de uma economia de auto-subsistência, na qual a maioria da produção de tecidos era para o uso da família, sendo igualmente comum que o trabalho (por exemplo, fiar ou tecer) ou o produto final (os tecidos) pudesse ser trocado por outros trabalhos ou bens, ou ainda, que os excedentes fossem vendidos nas feiras que existiam nas aldeias ou vilas principais da região.

A Binaural Nodar iniciou em 2015 uma longa investigação sobre o ciclo do linho na aldeia de Várzea de Calde (freguesia de Calde, município de Viseu), em estreita colaboração com o Museu do Linho de Várzea de Calde. Como resultado dessa investigação, co-financiada simultaneamente pelo Programa Viseu Cultura do Município de Viseu e pelo Programa Europa Criativa (rede Tramontana), foi publicado o livro bilíngue (português e inglês) “Várzea de Calde: Uma aldeia tecida a linho”, foi lançado o CD “Cancioneiro do linho e da vida rural” do Grupo Etnográfico de Várzea de Calde e foram efetuados dezenas de registos sonoros e audiovisuais, os quais fazem agora parte do Arquivo Digital Binaural Nodar.

Tendo em conta a riqueza sonora e plástica do ciclo do linho, a Binaural Nodar concebeu neste ano de 2021 vinte postais sonoros e visuais, intitulados “A ancestral vibração do linho” e correspondentes a cada fase do ciclo do linho (lavrar, semear, arrancar, ripar, aguar, maçar, tascar, sedar, fiar, ensarilhar, cozer, desemborralhar, lavar, embarrelar, corar, dobar, urdir, montar, encher, tecer), os quais serão apresentados na forma de uma exposição que ficará patente até ao final de 2021 no Museu do Linho de Várzea de Calde.

Esta coleção de postais teve desenho gráfico de Liliana Silva e composição sonora de Luís Costa, sendo co-financiada pelo Município de Viseu, através do Programa Viseu Cultura e pela Direção-Geral das Artes.