Cinco novas produções da Binaural/Nodar estreiam no Festival Paivascapes #1

Durante o Festival Paivascapes #1, a decorrer entre 4 e 8 de Março de 2011 serão estreadas cinco novas produções da Binaural/Nodar, resultado de residências artísticas desenvolvidas em Nodar e de recolhas sonoras e visuais efectuadas ao longo do Rio Paiva.

Manuela Barile
“Rheîa Zóontes”
instalação sonora / instalação audiovisual

A felicidade é a percepção e o sentimento da própria ilimitada expansão entendida em seu redor como encontro e fusão. A felicidade é pensada muitas vezes em termos do instante, mas na realidade é uma condição que se pode prolongar ao longo da vida. Rilke falava do “imenso instante”, aquele que se dilata como se o tempo se tornasse espaço. Quando os gregos antigos afirmavam que os deuses eram felizes, usavam a expressão “rheîa zóontes”, ou seja o seu viver fluía sem obstáculos. A felicidade é como um rio que flui. Um rio que corre sempre numa direcção. Neste seu fluir constante, encontra obstáculos, altera a sua forma e identidade, acolhe memórias, tradições e experiências. O rio Paiva é caracterizado por lugares nos quais se fixaram pequenas comunidades. Estes lugares representam a extensão da sua própria casa, são lugares aos quais não podem renunciar. Aqui a gente vive de simplicidade e de essencialidade. Esta gente vive deixando-se fluir como um rio.

Luís Costa
“Onde Nasce o Meu Paiva?”
Um inquérito sonoro e visual à subjectividade do território.

“Há quase 40 anos que imaginava como seria o lugar onde nasce o rio Paiva.

O mesmo rio que passa na minha aldeia de Nodar, situada a 60 km da nascente. Trasportando comigo as imagens da paisagem que conheço, por fim fui em busca das vozes da nascente.

O mais reconfortante foi perceber que, o que se suponha ser um dado inquestionável – o rio nasce neste lugar exacto – resultou num emaranhado de informações, tão denso quanto os fios de água que alimentam o rio na nascente.”

Sérgio Cruz
“Pastorinhos”

Os dois vídeos que se apresentam em estreia mundial resultaram de uma residência artística em Nodar no ano de 2009 e durante este período de pesquisa, o artista foi descobrindo a aldeia e os seus habitantes, e a forma com que eles interagem entre si e o ambiente. Foi um processo baseado numa resposta intuitiva aos acontecimentos, pensamentos e sentimentos integrados no dia-a-dia.

Em “Pastorinhos”, um misto de documentário e de ficção onírica, em que Sérgio Cruz trabalhou com jovens da aldeia, o artista tentou apurar a sua linguagem visual, desenvolvendo um trabalho de imagem com luz natural, aproveitando os reflexos da água do rio Paiva e utilizando espelhos por forma a manipular essa mesma luz natural.

O segundo vídeo a ser estreado funciona como contraponto ao primeiro. Aqui são os elementos mais viscerais do mundo rural, nomeadamente na relação pragmática com os animais, que predominam.

Rui Costa
“Começar de Novo”

Um concerto electroacústico baseado no encontro sonoro entre quatro pessoas e a nascente do rio Paiva. O rio como facilitador de um encontro íntimo e verdadeiro entre pessoas que se amam.

Para informações sobre o Festival Paivascapes #1: http://www.paivascapes.org